Changes...


"O tempo foi algo que inventaram para que as coisas não acontecessem todas de uma vez." (Autor desconhecido)
   Às vezes você convive muito tempo com alguém e, quando descobre algo que a pessoa não comentou anteriormente ou, quando fica decepcionado por presenciar uma cena que vocês não tiveram a oportunidade de avaliar antes ou, até mesmo, discorda de alguma idéia, você pode ser conduzido a crer que vocês não se conhecem. Conforme-se! Ninguém conhece ninguém em sua plenitude, principalmente porque existe uma palavra que separa tudo isso: mudança. E, uma causa que impossibilita certas descobertas: intimidade.
Quando eu falo em mudanças, eu me refiro à posição de cada ser humano em uma cadeia de acontecimento:  açãoà defesaà reaçãoàproteçãoà mudança.  E assim, tudo funciona. Todo mundo tem uma reação diferente a tudo que você possa imaginar. Por exemplo, em momentos de intenso perigo, eu fico muito calma. Sou super racional, meticulosa e, até, fria. Mas, se eu não estiver sozinha,  o quadro muda totalmente. Fico completamente aflita a ponto de ter medo até de respirar mais, ou, menos intensamente e provocar qualquer perigo aquela pessoa. Ou seja, eu sou uma pequena leoa protegendo quem quer que esteja comigo. Que bonito, né? Em partes. Como meu querido amigo Husky, vive a insistir, isso é legal, amável, gentil... mas eu protejo tanto que tenho medo de machucar qualquer pessoa, mesmo que eu me machuque profundamente. Voltando ao foco: Não dá pra julgar o líquido de uma reação, torna-se preferível avaliar o bruto, em sua totalidade de fatos.
Enquanto ao quesito intimidade.... Um exemplo de medo, bem comum entre casais é: “Ele vai me ver nua...e não vai gostar de mim. Qualquer menina tem um corpo mais bonito que o meu”. Bem, as vezes... isso é até mais fácil... afinal é um ciclo relativamente natural na vida de todo mundo, durante o sexo: take off your clothes and let you body smile. Bem, isso não é o mais difícil, não que seja fácil. O difícil é quando você lembra uma cena em que você mesmo ficou com vergonha das escolhas que fez e, pior.... não se perdoou. Por exemplo, algo que você fez quando era criança, algo malicioso que você acha que crianças da sua idade não deveriam ter feito. Sabe, a vida é um aprendizado torto porque da mesma forma que ninguém tem a capacidade de conhecer totalmente outrem, ninguém pode ensinar tudo a alguém. Se você passou por uma experiência que você sente que foi errada, tente lembrar se você foi preparado para aquela situação, se alguém disse especificamente que aquilo era errado. Na maioria das vezes, ninguém disse nada e aquela era a sua hora de aprender. Talvez tenha viabilizado um aprendizado tardio, mas espero que tenha servido de alguma coisa, nem que seja para você ensinar aos seus filhos.  Mas lembre-se: agora que você é adulto, aquela informação do passado que você não teve a capacidade de contar a ninguém porque não quer se expor a única situação que realmente o faz sentir-se nu, agora pode ser vista com olhos adultos e, você pode chegar a questão básica:  “Hum... eu era só uma criança e apesar de sentir que algo era errado, a curiosidade e a imprudência pueril foi maior.” Apenas, não pare sua vida por isso e nem deixe que isso o afete. Contar a um amigo é bom, principalmente quando ele se esforça para entender a situação e respeita seu momento de abertura. Para os que ouviram um desabafo desse nível, tentem compreender que sua formação é diferente e, que aquilo foi duro de ser dito, então não questione os motivos por não ter ouvido antes. Às vezes não é você que não fez por onde merecer aquela informação e, sim, a outra pessoa não estava preparada para contar.
Eu tenho vários segredinhos desse tipo, situações que eu escolhi executar uma ação, mas eu nunca entendi porque aquilo foi feito. Por que eu saí do padrão de minhas atitudes usuais? O que estava passando na minha cabeça? Por que eu nunca contei a ninguém?
Enfim...mudanças e intimidades influenciaram  muito a minha conduta atual, mas nada que alguém possa aprender e dizer que me conhece porque o próprio ato de contar certas intimidades podem provocar uma mudança.
Algumas curiosidades sobre mim, obviamente, as mais triviais:
 ·         Não gosto daqueles amigos que chegam dando um beijo na cabeça. Por que? Porque quando eu era pequena, a minha tia só falava comigo para dizer que meu cabelo estava fedendo e, era uma pessoa que por motivos hoje desconhecidos, eu admirava muito. Então... haja intimidade para isso acontecer naturalmente! Pois a minha neurose sempre diz que existe a probabilidade de eu ter lavado meu cabelo com um shampoo de frutas vermelhas, ter passado condicionador de pêssego, mas ao enxugar... como eu não sinto cheiro de muitas coisas, a toalha poderia estar abafada e meu cabelo ficou com um cheiro abafado, tipo mofo. Então...  não beijem meu cabelo....e se beijar, não diga que ele está fedendo, minta!
·         Amo dirigir a noite, mas não gosto de carros sem som porque o silêncio me dá medo. Eu presto atenção em tudo 24h/dia...sim a gataarrasanafaltaderelaxamento, por isso que meu eu-lírico dorme tão mal. Enfim, se tiver som... qualquer outro som não vai me surpreender.
·         Eu não consigo dividir copos, talheres ou deixar alguém morder um pedaço de algo que eu esteja comendo, caso... Essa pessoa tenha me maltratado a ponto de me deixar desconfortável em sua presença. Na minha família, eu só divido essas coisas com 2 pessoas, e, confortavelmente só com 1. Por que? Não sei ao certo, mas quando eu era pequena minha mãe dizia para eu não aceitar nada de ninguém e, nem beber água do bebedouro porque as pessoas más cuspiam nele. Aí acho que associei maldade a esse tipo de intimidade, ou falta dela em um mix com desconforto.
·         Às vezes vejo um amigo muito próximo fazer algo que eu condeno como algo fora do padrão dele... mas as vezes eu não digo nada. Por que, né? Bem, primeiro eu não me acho lá grande exemplo pra ninguém. Segundo porque um dia um professor fez uma explanação que achei muito interessante, ele disse: “ Vim de uma família pobre do interior. Assim que cheguei na cidade, peguei os poucos trocados que tinha e aluguei um barraco, nem piso tinha. Dormi durante um bom tempo no chão e estudava a base de doações de livros. Um belo dia conheci um engenheiro que  me viu estudando em um bar (aproveitando a claridade, mesa e cadeira) e pediu para eu fazer umas contas para ele. Fiz todas e, ele disse que tinha uns livros em casa e alguns serviços para mim. Estudei com todos os livros dele e comecei a dar aula. Subi relativamente rápido principalmente porque nunca tive nada. Comecei a namorar a irmã desse homem dos livros e casei com ela. Quando consegui um emprego melhor, eu resolvi que só usaria o melhor. Comprei blusas de marcas, perfumes franceses, investi em tecnologia, mas minha mulher achava tudo isso um absurdo, mas ela nunca disse nada. Quando a minha sede passou, ela comentou que achava tudo isso errado, mas nunca disse nada porque nunca soube o que era dormir no chão, não ter cama, não ter mesa para estudar e, pior, tentar a vida sozinha em uma cidade grande. ” Então, esse tipo de vislumbre não ocorre apenas financeiramente, mas também com beleza, qualidade de informação, inteligência, amor..tudo. Eu já passei por isso e ninguém conseguiu me frear, então não me sinto no direito de interferir esse tipo de aprendizado.
Mais novidades ou curiosidades...someday.
 “Há muitas coisas em seu coração que você nunca deve contar a ninguém. Seria baratear o seu íntimo sair espalhando-as por aí”.
Greta Garbo

2 Response to "Changes..."

  1. Vinhusky says:
    5 de outubro de 2010 às 19:47

    Espero que esse Someday seja logo, apesar que eu sei que a rotina consome, é bom e estimulante te ver por aqui. :*

  2. Anônimo Says:
    14 de abril de 2013 às 20:45

    Um fato sobre mim: Sinto-me presa às promessas que faço. Independente do campo, independente do quanto doa, do quanto me machuque e impeça de buscar algo melhor. Aprendi que uma promessa não se pode quebrar. As palavras têm peso na vida e na história de alguém. Me dá medo e me sufoca a ideia de ter sido responsável pela descrença de alguém em algo, prefiro sempre que os outros quebrem as promessas que me fizeram.
    Talvez porque assim eu me exima da culpa e possa seguir meu rumo.

    Emportés par la brise.