O que faz uma pessoa ter tanta vontade de se matar, quando na verdade o que ela mais quer é viver? Viver intensamente na mais pura paz de espírito? Por que as pessoas acham saudável descontar suas raivas e desapontamentos nos outros? É mais fácil de conviver consigo? E os outros, como ficam? Eu estou cansada da vida que tenho há tantos anos. Eu passei minha vida inteira vivendo em função da minha família. Mas obviamente nunca ninguém iria reconhecer isso, porque era só “minha obrigação”. Nunca pude contar com nada de ninguém em termos de ajuda pessoal, de força e um incremento na auto-estima... não! Isso nunca aconteceu. Os meus namorados nunca prestaram, eu nunca soube me portar como uma pessoa correta, eu sempre fiz coisas idiotas, eu nunca fui a melhor da sala, meus amigos são desnecessários. Mas, quando precisavam de uma ajuda, eu sempre era a primeira opção. Eu sempre era a necessária, a inteligente, eu era “a pessoa”. Onde está o erro nesse fluxo de idéias? Será que eu realmente tenho problemas? Ou será que as pessoas são egoístas demais para apoiar seus próximos, amá-los, aconselhá-los sem desmotivá-los e sem humilhá-los? Eu nasci, fui abandona no primeiro dia de vida e adotada por uma família que parecia feliz e satisfeita por ter feito essa escolha. Será que eu fui só um sacrifício para a remissão dos pecados? Será que é tão difícil fazer uma escolha, ter convicção de querer uma vida nova em sua família e mesmo assim não conseguir dar amor e ajudar no crescimento pessoal? Ajudar a galgar os melhores degraus? Desejar que buscasse sua felicidade e seu equilíbrio? É...eu devo ser muita louca por não achar que isso seja difícil. Porque enquanto eu sempre apoiei todos, dei o melhor de mim, incentivei em seus melhores tiros, eu sempre fui negligenciada. Se não quer adotar, não adota! Se não quer conviver, avisa! Mas nunca vá contra a maré fingindo estar de acordo.

Eu não podia estudar além do possível porque precisava deixar no trabalho, cuidar do irmão mais novo, ensinar a tarefa do irmão do meio, levar a avó ao centro, consertar a TV, pagar as contas... an? E mesmo assim eu tinha que fazer medicina e estudar porque pagavam o colégio caro para mim? Eu tinha que passar porque os meus amigos (que só viviam para estudar) passavam? Então eu era a otária e desleixada? A preguiçosa? É... eu nunca vou entender esses valores. Nunca vou entender esses desejos sombrios. E nunca ninguém vai entender meus medos, meus sonhos e minha insônia, até porque se eu não conseguia dormir, ou:

1. Peso na consciência por ter feito coisas erradas.
2. Tempo ocioso demais.
3. Porque eu não tentava!

PROTESTO! Se não querem me amar, se não desejam o melhor de mim, só precisam me esquecer e me deixar em paz. Só isso que eu clamo!

Coisas que você não fez



Às vésperas do meu aniversário, resolvi fazer um balanço da minha vida. Acho que todos costumam fazer esse tipo de coisa no final do ano, mas se eu nasci nesse mês.... meu ano novo é agora!

Tenho certos pensamentos muito loucos, as coisas que o Woody Allen brota em minha cabeça, ah véi safado! Semana passada estava lendo sobre a Índia e seus costumes e comecei a abstrair sobre o tema. Normalmente as meninas são prometidas a homens escolhidos por suas famílias, castas, o que for. E, eu me questionei sobre a funcionalidade disso e sua classificação entre justo e injusto. As vezes eu entendo porque deveríamos casar com uma pessoa até que a morte nos separe, seria fácil evitar certas tragédias e corações partidos. Eu não me sinto no direito de partir o coração de ninguém, nem o direito de magoar alguém, muito menos espatifar sua vida em pedaços. Por outro lado, o que ocorre com pessoas que casam cedo e não passam por muitas experiências como: conhecer muitas pessoas, sair, aprontar, cair, levantar e aprender a distinguir o certo do “eu quero”? Eu já vivi tanta coisa, passei por tantas experiências, conheci homens e mulheres, sai com homens e mulheres, raciocino como homens e mulheres, como homens e mulheres. E agora eu me questiono sobre qual é o próximo step?

Eu espero profundamente sempre ter a capacidade de tratar todas as pessoas com amor e respeito.. ou melhor! Tratá-las como eu gostaria de ser tratada, cuidar como eu gostaria de ser cuidada e , principalmente, compreender e perdoar como se eu fosse a vítima. Apesar de ser fácil dizer “Eu me coloco no seu lugar”, é muito difícil entender e agir dessa forma. É praticamente uma filosofia de vida com todos os níveis e faixas de dificuldades que se possa imaginar. Espero que meu próximo step seja algo bem incentivador que me empurre para o sucesso pessoal.

Deixo aqui o texto que li na 6ª série quando minha querida professora de literatura respondeu meu email com um texto retirando de um livro que muito me estima “Vivendo, amando e aprendendo”. Vale ressaltar que o texto não é do autor “Leo Buscaglia” e sim, de uma anônima cujo teto ele encontrou. Espero que ele desperte algo em você, como despertou em mim.


Coisas que você não fez


"Lembra-se do dia em que tomeis emprestado o seu carro novo em folha e o amassei?

Pensei que você me mataria, mas você não me matou.

E lembra-se da vez em que o arrastei para a praia e você disse que ia chover, e choveu?

Pensei que ia dizer "Eu não disse?" Mas você não disse.

Lembra-se da vez em que namorei todos os caras para lhe fazer ciúmes, e consegui?

Pensei que você me largasse, mas você não largou.

Lembra-se da vez em que derramei torta de morangos em cima do tapete do seu carro?

Pensei que fosse me bater, mas você não bateu.

E lembra-se da vez em que me esqueci de lhe avisar que a festa era a rigor, e você apareceu de jeans?

Pensei que fosse me largar, mas não largou.

É, houve uma porção de coisas que você não fez.

Mas me agüentou, e me amou, e me protegeu.

Havia muitas coisas que eu queria lhe retribuir quando você voltasse do Vietnã.

Mas você não voltou."

Anônimo.